“Linhas, cordas ou cordões umbilicais”

MIS Florianópolis – SC de 12 – 29 de agosto de 1999

Escolhi a leveza

para falar da dor.

A liberdade

para falar das amarras que me seguem,

de um prenúncio nos postes

e muros de um Grande Campo.

Tão cedo você se foi!

Era primeiro de maio,

e a pá não me deixa esquecer.

Que ironia visual!

Eu só precisava três passos

para te acompanhar.

Tão cedo pinçado de mim!

Só precisava três passos

para te alcançar.

No cerrado, escolheu a coragem

para enfrentar as “sete covardias”.

E eu, a leveza,

para falar do peso da tua falta.

Após quinze anos escolho a beleza,

para falar do horror

que te levou…[1]

[1] A poesia foi escrita durante uma especialização  em arte contemporânea, onde, provavelmente,  eu buscava respostas para meus questionamentos e indignações, quanto ao trágico falecimento do meu pai.  A poesia fez parte da exposição “Linhas, cordas ou cordões umbilicais”, que permeava reflexões  sobre a vida e a morte.   

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