O movimento Land Art surgiu nas décadas de 60 e 70, trazendo a arte para o ambiente natural, fora das galerias, ao integrar a paisagem como parte essencial das intervenções artísticas. Trabalhos de Land Art tratam de questões ambientais, culturais e geopolíticas, transformando paisagens em locais de diálogo entre o ser humano e a natureza.

Em janeiro de 2020, durante uma residência artística no Global Art Festival, no deserto de sal de Kutch, Índia, fui profundamente inspirada pela cultura local, paisagens e a vida cotidiana. A diferença cultural e o cenário do deserto branco em Gujarat provocaram a criação de duas obras de Land Art, abordando questões sociais e de reconciliação.

A obra [sãvaranī] Triple Circle nasceu da observação do cotidiano das mulheres de classes humildes na Índia, frequentemente vistas varrendo o chão com uma vassoura sem cabo chamada sãvaranī. Esse ato de varrer, feito de maneira repetitiva e curvada, chamou minha atenção como uma agressão ao corpo. Inspirada por essa cena, criei uma performance colaborativa, utilizando pedaços de madeira descartada por outro artista.

Junto com uma colega, utilizamos uma sãvaranī para varrer o chão, realizando movimentos circulares que deram origem à instalação Triple Circle. Essa intervenção artística reflete sobre o trabalho repetitivo e as condições das mulheres, e explora o impacto físico e simbólico de suas ações sobre o ambiente.

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