O projeto de arte relacional Escreva a frase que te liberta, realizado no Presídio Feminino de Florianópolis em 2004, teve como objetivo promover uma reflexão sobre o conceito de liberdade em um ambiente de reclusão. O projeto envolveu a participação ativa das detentas, que foram convidadas a escrever suas ideias e sentimentos sobre liberdade em um caderno compartilhado. A iniciativa, que se estendeu por um ano, surgiu dentro do ateliê de arte coordenado por uma professora de arte, isso era uma das poucas atividades criativas disponíveis no presídio, com estrutura precária e poucas oportunidades de reintegração socioeconômica.

Através das inscrições no caderno, emergiram histórias pessoais de perdas, violências e sonhos de liberdade, refletindo os desafios enfrentados pelas mulheres em reclusão. O aspecto relacional do projeto se consolidou com a percepção de que os corpos das detentas, marcados por tatuagens, eram superfícies de memórias e crenças, símbolos de suas vivências. As tatuagens realizadas dentro do presídio foram documentadas em uma série de fotografias que deram origem à exposição Escreva a frase que te liberta, realizada em novembro de 2005 no Museu da Imagem e do Som (MIS) em Florianópolis.

Durante a exposição “Escreva a frase que te liberta”, foi realizado o fórum Sobreliberdade, que discutiu a necessidade de maior investimento na profissionalização das mulheres encarceradas, e o documentário O cárcere e a rua (2004), de Liliana Sulzbach, foi exibido como parte das atividades.

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