A obra Maria da Penha na Índia, apresentada no Global Art Festival em dezembro de 2019 e janeiro de 2020, traz à tona a reflexão sobre a violência contra as mulheres na Índia e no Brasil. Inspirada na Lei Maria da Penha (2006), que protege as mulheres brasileiras contra a violência, a instalação foi composta por 12 máscaras feitas de cera de abelha e gaze, moldadas a partir de uma pessoa.. 

Os materiais utilizados – cera e gaze – simbolizam a fragilidade e o cuidado: a cera é inflamável, enquanto a gaze é associada a curativos. O aspecto relacional da obra se da, tanto na colaboração de Bushra Ansari, uma mulher da etnia Ahirs, que foi essencial para a produção  das máscaras, mas também pelas mulheres indianas que passaram pela exposição e de forma voluntária doaram seus nomes, para serem  escritos em português, híndi, gujarati e bengali, como tatuagens em cada máscara.   

A obra homenageia também o filme Chhapaak (2020), que narra a história de Laxmi Agarwal, uma sobrevivente de ataque com ácido. O trabalho busca sensibilizar o público para o problema dos ataques com ácido na Índia, onde cerca de mil ataques são registrados anualmente, de acordo com o Fundo Internacional de Sobreviventes ao Ácido (ASTI).

A obra está emoldurada por um frase escrita em Hindi: “Você pode nunca saber quais são os resultados  de sua ações, mas se você não fizer nada, não haverá resultados”. Mahatma Gandhi